Pé diabético

É quando o pé sofre por problemas vasculares, e/ou neurológicos, e/ou infecciosos, decorrente da diabetes.

Quando a doença agride o vaso sanguíneo, ocorre o entupimento das artérias, portanto a irrigação do sangue fica prejudicada acarretando dor ao caminhar, palidez no pé ou cianose (o pé fica roxo) , o pé fica mais frio, e qualquer feridinha leva muito tempo para cicatrizar, podendo ser letal, ou seja podendo provocar a gangrena e a perda do pé.

Quando a doença ataca os nervos do pé, temos diminuição da sensibilidade, dormência, alguns pacientes referem à sensação de estarem de meia, e até deformidades no pé, dificultando a pisada e propiciando a formação de úlceras de difícil cicatrização.

O aumento de glicose no sangue propicia o crescimento bacteriano e o diabético tem uma imunidade (defesa do organismo) mais baixa, portanto qualquer ferimento pode virar uma catástrofe, já que a ferida funciona como uma porta aberta para a bactéria tomar conta do pé somada a uma defesa diminuída pode formar uma grande infecção.

Assim, podemos dizer que o pé diabético é caracterizado por 3 alterações: Arteriopatia, Neuropatia e Infecção. Mas o que são estas alterações?

Arteriopatia:
O diabetes ao longo do tempo vai causando endurecimento e obstrução das artérias. Artérias são os vasos que levam sangue até todos os órgãos e tecidos do nosso corpo como os músculos dos braços e pernas. Esta obstrução é mais importante nas artérias abaixo do joelho e dependendo do tamanho da artéria chamamos de microangiopatia (vasos muito pequenos) ou macroangiopatia (vasos maiores). O entupimento das artérias da perna interrompe o fluxo de sangue para os estes músculos e o indivíduo passa sentir fraqueza e dor quando caminha.

Neuropatia:

São principalmente as alterações na sensibilidade dos pés e ocorrem quando as taxas de glicose permanecem altas. Com o tempo os pacientes com neuropatia passam a sentir formigamento, queimação, dormência e vão perdendo gradativamente a sensibilidade dos pés chegando a ficar com as extremidades anestesiadas (sem sensiblidade). Também podem aparecer deformidades nos dedos e calosidades na sola dos pés e nos dedos.
O grande risco da falta de sensibilidade dos pés é que qualquer lesão como pisar na guimba de um cigarro aceso, ou uma bolha por um sapato apertado não é percebida pelo paciente que pode desenvolver grandes feridas por infecção destas lesões. É o que os médicos chamam de perda da sensibilidade protetora , com a neuropatia perdemos a sensação de dor, de calor e do próprio tato na sola dos pés.

Infecção:
Com os problemas de neuropatia e arteriopatia dos pés (dos pacientes) diabéticos, qualquer machucado, qualquer arranhão ou bolha pode infectar. A infecção piora rapidamente qualquer lesão nos pés que aumenta em tamanho e profundidade se estendendo para os tendões e os ossos dos pés. Estas feridas podem ficar abertas e inflamadas e ter difícil cicatrização ou podem evoluir rapidamente para gangrena e levar a amputação se não for tratada adequadamente e rapidamente. Segundo o Ministério da Saúde, 70% das cirurgias para retirada de membros no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado: são 55 mil amputações anuais.

a. Quais os sintomas?

A pessoa com pé diabético tem sintomas como: formigamentos, perda da sensibilidade local, dores, queimação nos pés e nas pernas, sensação de agulhadas, dormência, além de fraqueza nas pernas, tais sintomas podem piorar à noite, ao deitar. Normalmente a pessoa só se dá conta quando está num estágio avançado e quase sempre com uma ferida, ou uma infecção, o que torna o tratamento mais difícil devido à extensão da ferida. É importante observar o aparecimento dos sintomas da neuropatia (insensibilidade e deformações nos pés), presença de calosidades, alterações nas unhas, redução da circulação com diminuição ou ausência dos pulsos arteriais distais e esfriamento do pé.
A melhor forma de controlar a neuropatia é manter a glicemia estritamente controlada. Mesmo pessoas que já tem essa alteração, podem melhorar dos sintomas se voltarem a controlar o açúcar no sangue com a dieta e a medicação prescrita pelo médico.

b. Como evitar o pé diabético?

•Lave os pés todos os dias com sabão neutro e água morna (cuidado com a temperatura)da água, pois sem perceber pela falta de sensibilidade.
•Enxugue bem entre os dedos para evitar micose (frieira).
•Examine diariamente seus pés.
•Cuidado com bolhas, rachaduras e ressecamentos, se não conseguir enxergar, use um espelho ou peça ajuda.
•Evite colocar os pés de molho. Eles poderão rachar ou ressecar.
•Use sempre calçados fechados em qualquer época do ano, pois protegem melhor seus pés. Os calçados devem ser confortáveis para evitar bolhas e calos e para proteger também as áreas de maior pressão do pé.
•Apare as unhas com lixa, sempre me linha reta e evite cortá-las.
•Nunca ande descalço, mesmo dentro de casa.
•Verifique sempre se não há nada dentro das meias e sapatos antes de calçá-los.
•Não use almofadas elétricas ou bolsas de água quente nos pés.
•Use diariamente uma loção hidratante nos pés, especialmente nas áreas mais ressecadas. Retire o excesso e não use creme entre os dedos.
•Dê preferência as meias de algodão, elas ajudam a manter seus pés secos e aquecidos.
•Não tente remover calos ou verrugas com pessoas que não estejam treinadas para isso. Somente profissionais podem tratar dos seus pés.
•Qualquer alteração nos seus pés, avise imediatamente seu médico.