O desenvolvimento dos inúmeros métodos não-invasivos diagnósticos tem permitido o avanço no tratamento da doença vascular de forma cada vez mais precisa.
Atualmente, os métodos mais utilizados na prática vascular são divididos de acordo com o tipo de patologia: arterial, venosa ou linfática. Alguns podem ser utilizados tanto para doenças arteriais quanto venosas, com é o caso das tomografias, da ressonância nuclear magnética e do Eco color Doppler. Alguns protocolos e tempos de aquisição das imagens ou do tipo de insonação é que variam. É, portanto, fundamental que o exame seja pedido de forma adequada e que a indicação seja colocada no pedido, afim de que o máximo de informação seja retirada daquele exame.
Rx simples:
Exame estático que envolve radiação, devendo ser evitado durante gestações. Excelente para ossos, pulmão. Na prática vascular pode nos ajudar a localizar a posição de stents e endopróteses, a demonstrar calcificações parietais e em alguns poucos casos, pode ser responsável pelo diagnóstico acidental de aneurismas abdominais assintomáticos.
Fluxometria ultrassônica (Doppler contínuo):
Usada como método coadjuvante do exame clínico, sobretudo para medida do índice de pressão tornozelo/braço que é método bastante confiável no acompanhamento das doenças arteriais periféricas. Pode definir rapidamente se a artéria está pérvia, com o fluxo normal através do som emitido. Pode estar se insonando outro vaso por engano, já que não faz a visualização anatômica concomitante. O mesmo pode ser feito em relação às veias.
Ultrassonografia simples:
Sozinha não tem muito valor para o diagnóstico vascular, mas é muitas vezes em exames de rotina que são diagnósticadas dilatações arteriais, que quando atigem 50% a mais do diâmetro da artéria proximal, chamados aneurismas.
Eco color Doppler:
Exame dinâmico, examinador e aparelho-dependente, que associa a imagem anatômica dos vasos (ultrassom) à hemodinâmica do sangue (Doppler colorido). Ele é capaz de avaliar por ambos os parâmetros a perviedade, o calibre, o grau de estenose e a tortuosidade do vaso, no caso das artérias. Ela é capaz de diagnosticar precocemente a falência de fístulas, enxertos e endopróteses. É fundamental no tratamento das varizes, fornecendo informação sobre veias doentes com refluxo, potencialmente formadoras de varizes, comunicações fistulares, tromboses venosas, malformações anatômicas (menos acurado), agenesias de veias. Ela nos dá informação bastante confiável para quase todas as patologias venosas e arteriais, não necessitando, na maioria das patologias venosas de nenhum outro método complementar, como é o caso das tromboses venosas dos membros inferiores e das varizes.
Tem como calcanhar de aquiles o fato de ser método dinâmico, sendo possível registro impresso somente estático, com imagens de pequenas, nem sempre de fácil entendimento para quem não esteja familiarizado ao método. Não dá noção geral de todo segmento corporal. É o único que fornece informações sobre a hemodinâmica, fornecendo velocidades, tipo de fluxo. É indolor, barato, rápido, confiável quando executado por bons profissionais. Pode ser repetido inúmeras vezes sem nenhum dano ao paciente.
Tomografia computadorizada:
Exame que envolve elevado grau de radiação ionizante, obtendo imagens com perfeição que são reconstruídas depois de adquiridas. É o método considerado padrão-ouro no dianóstico dos aneurismas, sobretudo a TC helicoidal e é capaz de obter imagens de secções tranversais (fatias) milimétricas do vaso, podendo assim fazer a medida acurada de seus diâmetros e definir a hora da cirurgia. A angiotomografia utiliza o contraste iodado endovenoso, podendo identificar todo o lúmen de qualquer vaso (artéria e veia). Exame fundamental para o diagnóstico de AVC (depois das primeiras 24h do evento). Não é tão preciso no diagnóstico venoso das extremidades, mas pode ser bastante útil nas veias proximais (abdominais e torácicas). Dá noção geral da anatomia de todo um segmento.
Deve ser evitado em pacientes nefropatias crônicas (insuficiência renal) e em alérgicos a iodo). Seu custo é elevado.
Ressonância nuclear magnética:
Exame radiológico não-invasivo. É semelhante à TC, só que não envolve radiação, capaz de fazer diagnósticos precisos e belíssimos. Seu custo é elevado.
O grande problema é que ela superestima as estenoses (arteriais). Não pode ser usada em portadores de marca-passo e próteses metálicas. Ela é excelente para diagnóstico recente de AVC nas primeiras 24 em horas. Ela é mais útil nos diagnósticos de patologias arteriais.
Arteriografia por subtração digital:
Exame padrão-ouro para o diagóstico de praticamente todas as patologias arteriais, excetuando-se os aneurismas. Só deve ser solicitada previamente a possível procedimento de correção cirúrgica.
Imagens perfeitas, bonitas e precisas podem ser obtidas através deste método. Os ossos, órgãos e estruturas são excluídos e somente as artérias são visualizadas. Porém, é um exame invasivo, sendo necessária a punção, normalmente da artéria femoral, colocação de uma bainha dentro da artéria para a introdução de cateteres flexíveis, capazes girar e de entrar em óstios angulados e estreitos para obtenção da melhor imagem. Todo este movimento é realizado através de radioscopia com injeções de grandes volume de contraste iodado. Tanto o paciente como os envolvidos no procedimento recebem altas doses de radiação.
Alérgicos a iodo necessitam de dessensibilização com corticóides, nefropatas crônicos devem evitar, receber quantidades menores de contraste ou devem fazer diálise pós-procedimento.
Flebografia:
Mesmo princípio da arteriografia, interessando as veias. É invasivo. Pouco solicitado. Foi praticamente substituído pela ecografia vascular.
Hoje só é mais pedido nos casos de dúvida, quando os outros métodos não-invasivos não foram por algum motivo capazes de esclarecer a dúvida no diagnóstico.
Linfocintilografia:
Exame feito pela medicina nuclear, com injeção de radioisótopos (Tecnécio 99) entre os espaços interdigitais com imagens adquiridas por gamacâmara que mapeiam o percurso do radioisótopo, detectando acúmulos do material radioativo e interrupções do trajeto do linfático. O objetivo é oferecer informações nos casos de linfedema.
Pletismografia a ar:
Exame responsável pela avaliação da quantificação do refluxo venoso, medindo o refluxo global em ml/seg. Ou seja, ele quantifica o refluxo, mas não identifica onde este está. Ele não tem valor sem o eco-color Doppler ou outro método de imagem associado. Não está disponível na maioria dos centros e tem valor em pesquisas.